quarta-feira, 21 de abril de 2010

Vereadora apresenta projeto para criar padrões para a posse de bichos nos condomínios. Sociedade Protetora dos Animais é contra.

“Sempre tive cachorros em apartamento e nunca briguei com vizinho por causa disso. Se o bichinho for bem cuidado, pode sim viver em apartamento sem problemas.” Fabiana Bertolini Bernert, que tem cinco cachorros no apartamento

A vereadora Julieta Reis (DEM) apresentou semana passada um projeto de lei que pretende criar padrões para que moradores de condomínios em Curitiba, principalmente os residentes em prédios, possam ter animais em casa. Segundo a vereadora, a intenção não é cercear o cidadão de ter seu animal, mas sim estipular regras que permitam não só a boa convivência entre os vizinhos, mas também a saúde dos bichos. “É preciso criar esses padrões. Porque uma pessoa que mora em uma quitinete, por exemplo, não pode ter um rottweiller dentro de casa”, ilustra a vereadora. Pelo projeto, o descumprimento da lei geraria multa de R$ 100, com o valor dobrado em caso de reincidência.

Apesar de a proposta já ter sido encaminhada para análise da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, ainda não consta no projeto quais serão esses padrões. Julieta afirma que um grupo de médicos veterinários, membros de associações de defesa dos direitos dos animais, além de outros profissionais, se­­rão ouvidos para definir os pa­­drões a serem incluídos na regulamentação da lei, se ela for aprovada. Mas um dos principais pon­­tos é o espaço onde os animais viverão. “A gente sabe que muitos cachorros em um espaço pequeno podem causar chateação aos vizinhos e interferir na saúde dos próprios animais, que ficam estressados”, avalia a vereadora.


A proposta divide opiniões. Para o Sindicato da Habitação do Paraná (Secovi-PR), a lei pode ajudar na convivência entre os vizinhos, já que hoje não existem parâmetros para se criar regulamentações internas nos condomínios em relação à existência de animais nos apartamentos. Já para a Sociedade Protetora dos Animais (SPA), limitar o número de bichos nos imóveis é inconstitucional.

Para a advogada do Secovi-PR, Luana do Bomfim e Araújo, hoje não existe nenhuma referência para que os condomínios criem suas regras em relação a animais. “É tudo muito genérico. E nesse sentido a lei viria a ajudar, mas desde que os condomínios mantenham autonomia para criar suas próprias regulamentações”, argumenta.

Porém, a presidente da SPA, Soraya Simon, afirma que em algumas residências há excesso de animais justamente pela omissão do poder público. “Muitas dessas pessoas que têm vários animais em casa são voluntárias, pegam animais na rua porque o poder público permite a situação de abandono”, argumenta.

A assessora técnica Fabiana Bertolini Bernert, que mora com cinco cães em um apartamento no Centro Cívico, afirma que, se aprovada, a lei estará invadindo sua individualidade. “Sempre tive cachorros em apartamento e nunca briguei com vizinho por causa disso. Se o bichinho for bem cuidado, pode sim viver em apartamento sem problemas”, defende.

Destino

O projeto de lei não prevê qual o destino dos animais que vivam fora dos padrões. De acordo com a vereadora Julieta Reis, a destinação dos animais nessas condições ficará sob responsabilidade do próprio dono, o que gera preocupação para a Sociedade Protetora dos Animais.

O temor, explica Soraya, é de que ao serem autuados os proprietários se livrem dos animais de qualquer forma. “A possibilidade de os animais serem abandonados é muito grande. Se hoje, sem essa lei, as pessoas fazem isso, a partir do momento em que houver uma multa a possibilidade disso acontecer vai aumentar”, reforça.

Adesão a chips está baixa

A participação da população na Rede de Defesa e Proteção Animal, que estimula a posse responsável de animais, está baixa. Em operação há seis meses e meio com o objetivo de instalar chips em 22 mil animais, o programa, que funciona em parceria entre a prefeitura e entidades como clínicas veterinárias e a Universidade Federal do Paraná (UFPR), implantou apenas mil chips até agora.

Pelo chip e pelo cadastro na re­­de, o proprietário tem todas as in­­formações do animal. Desde o endereço onde ele vive até informações da saúde do bicho, como datas de vacinação. A instalação é feita em 31 clínicas credenciadas, ao custo de R$ 9.

De acordo com o coordenador da Rede de Defesa e Proteção Ani­­mal, Marcos Traad, o principal mo­­ti­­vo da baixa adesão é o medo dos pro­­prietários em serem punidos ca­­so se constate abandono dos animais. Traad explica que o programa pretende justamente incentivar a população a tirar o animal da rua. O problema é que muitos do­­nos deixam seus animais a maior parte do tempo na via pública, recolhendo-o só na hora de dormir – o que também se enquadra na situação de abandono. “Com o chip, o poder público tem como provar que o animal está em situação de abandono. E aí é que os donos temem serem punidos.”

Serviço:
Para fazer a chipagem, o proprietário deve se cadastrar na Rede de Defesa e Proteção animal pelo site www.protecaoanimal.curitiba.pr.gov.br e ir com o animal a uma das clínicas veterinárias (os endereços e telefones também constam no site).

Mulher ferida em puxada de cavalos, em Pomerode, Vale do Itajaí, passa por cirurgia

Manifestantes foram agredidos com pedras e pauladas - Foto:Rafaela Martins

Uma das mulheres agredidas durante o protesto contra uma puxada de animais, em Pomerode, Vale do Itajaí, continua internada no Hospital Santa Catarina, em Blumenau. Bárbara Lebrecht, 58 anos, que fraturou o fêmur após ser empurrada, no domingo, passará por uma cirurgia no final da tarde desta segunda-feira.

Ela também foi apedrejada e chutada durante a manifestação. Além dela, outros 13 voluntários de organizações protetoras dos animais ficaram feridos.

A comerciante, que integra a Associação de Proteção aos Animais de Blumenau (Aprablu), conta que, para se proteger dos agressores, teve de correr cerca de 200 metros até o carro com o fêmur fraturado. Bárbara ainda dirigiu o automóvel até um posto de gasolina próximo ao local da Puxada, na rua Ribeirão Souto.

— Não lembro bem como foi. Só vi que me empurraram, chutaram e bateram com um pedaço de pau. Também me jogaram ovos podres. Entre a dor e o fedor que eu estava, não sei o que era pior — diz ela.

Bárbara deve ficar internada no hospital por mais alguns dias, em recuperação. Ela espera que o ocorrido chame a atenção das pessoas para a violência que envolve o evento.

— Não quero que as pessoas sintam pena de mim porque sei que vou sair dessa. A intenção é mostrar a crueldade praticada contra os animais. A puxada de cavalos é igual a uma farra do boi — afirma a comerciante.

Outra manifestante, Patrícia Luz, também teve de ser levada ao Hospital Santa Isabel. Ela foi atingida por um pau, que trazia um prego na ponta, e teve a testa perfurada. Patrícia, já teve alta, e outros colegas que sofreram lesões, devem fazer o exame de corpo de delito ainda nesta segunda-feira.

Como foi

Os integrantes das ONGs Associação dos Melhores Amigos dos Bichos (AMA Bichos) e Associação de Proteção aos Animais de Blumenau (Aprablu) foram agredidos, no domingo, durante uma puxada de cavalos. Cerca de 30 participantes do evento partiram para cima dos 14 manifestantes, que faziam um protesto, com cartazes, contra o uso de cavalos em provas que medem a força do animal.

Na competição, os bichos são forçados a arrastar sacos de areia de até 2 toneladas sobre um arado por 10 metros em uma pista de terra. O evento, organizado pelo Clube do Cavalo, reunia 25 participantes, 60 animais e era assistido por cerca de 200 pessoas.

A Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros e o Samu foram acionados, mas chegaram cerca de 15 minutos após o protesto. Os manifestantes foram à delegacia registrar boletim de ocorrência.

Voluntária da AMA Bichos, Heike Weege, disse que a entidade irá acionar juridicamente a organização da puxada pela violência contra os membros das ONGs.

Prefeitura se opõe à violência

A partir desta segunda-feira, o município irá abrir uma discussão com os moradores sobre a puxada de cavalo, evento tradicional que ocorre todos os anos na cidade. A intenção é evitar que problemas como o de domingo prejudiquem a imagem da cidade.

O secretário de Turismo, Cláudio Krueger, lembrou que a puxada é particular e faz parte do calendário dos Clubes de Caça e Tiro, e não do calendário oficial de eventos da cidade.

— Não apoiamos este tipo de prática, tanto que não ajudamos nem na divulgação. Teremos que repensar, pois este tipo de violência traz uma imagem negativa para o município — afirmou Krueger.

Além da discussão com a sociedade, a prefeitura prepara uma nota de repúdio às agressões contra as organizações não-governamentais, que foram até o local protestar a favor do bem-estar dos animais, e à repressão contra a liberdade de imprensa, pois equipes de reportagem foram agredidas e tiveram equipamentos quebrados pelos organizadores da puxada.

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